Eu levo o seu coração comigo
e. e. cummings
Eu levo o seu coração comigo (eu o levo no meu coração) eu nunca estou sem ele (a qualquer lugar que eu vá, meu bem, e o que que quer que seja feito por mim somente é o que você faria, minha querida)
tenho medo
que a minha sina (pois você é a minha sina, minha doçura) eu não quero nenhum mundo (pois bonita você é meu mundo, minha verdade)e é você que é o que quer que seja o que a lua signifique e você é qualquer coisa que um sol vai sempre cantar
aqui está o mais profundo segredo que ninguém sabe (aqui é a raiz da raiz e o botão do botão e o céu do céu de uma árvore chamada vida, que cresce mais alto do que a alma possa esperar ou a mente possa esconder)e isso é a maravilha que está mantendo as estrelas distantes
eu levo o seu coração ( eu o levo no meu coração)
(Tradução: Regina Werneck)
e. e. cummings, poeta norte-americano, nasceu em 1894 e morreu em 1962. Conquistou, ainda em vida, um lugar permanente entre os maiores poetas de nosso tempo. Ainda se comenta muito das suas inovações em tipografia e pontuação, que foram, por alguns, mal entendidas como meros “efeitos”, mas o leitor cuidadoso verá que elas são um aspecto de sua busca pela expressão mais pura e clara de seus pensamentos e sentimentos. Uma maneira de renovação da linguagem que só os grandes poetas conseguem. cummings era único dentre os poetas de seu tempo, pois era igualmente extraordinário na sátira e no sentimento e lutava vigorosamente contra a pomposidade e a pretensão. É considerado um dos poetas que escreveu os mais emotivos poemas de amor de todos os tempos. O poema acima foi lido numa das cenas finais do filme “In her shoes”, de Tony Scott, pela personagem interpretada por Cameron Diaz. Esse filme passou no Brasil com o nome de "Em seu lugar".Outros livros do autor: “The enormous room (1922), “Him” (1927), “Eimi” (1933), “Santa Claus” (1946), “I:six nonlectures” (1953), “Poems 1923-1954” (1954), “A miscellany (1958), "73 poems" (1963) e "e. e. cummings: A selection of poems" (1965).
Extraído do livro “95 poems”, Hartcourt, Brace & World, Inc. – New York, 1958, pág. 95.
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