28 de nov. de 2008


Caminhando pela rua, desviando

das imperfeições da calçada

ela distraia-se...


Ouvia música

e divagava com seus

pensamentos...


Estava feliz...


Uma felicidade que a impulsionava

a gritar para o mundo, mas que

ao mesmo tempo a incitava

a guardar para si mesma...


Penso que talvez tivesse medo de perdê-la...


Sinto que era a felicidade clandestina

que Clarice Lispector descreve com

muita sensibilidade...


Sim! É essa felicidade!


E é tão grande que mal cabe

dentro dela, transborda e espalha-se

pelo seu corpo...


Observamos que tudo nela é

felicidade, é nítido ver e sentir

o seu andar, sua expressão facial,

como movimenta seus lábios ao cantar

a música que está ouvindo...


Seu corpo reflete o que sente numa belíssima

sincronia, despertando o interesse

de quem a observa...


A felicidade atrai a atenção de todos...


Essa felicidade a transporta para um

mundo distante,mas ao mesmo tempo a faz

viver neste com leveza e certeza de que

está viva e inteira.


De bem consigo mesma e buscando respostas

para suas inquietações, sensações

que a vida provoca...


Sendo amante da própria felicidade,

um presente que recebeu num momento

muito especial e que a torna eterna

e pronta para amar...


Mas um "amar"com a maturidade de uma

balzaquiana e com a essência de uma

criança que está atenta às coisas mais

simples da vida.


3 comentários:

Juzinha disse...

Lindo demais!!

Anônimo disse...

De fato, ficou muito bom! =]

Primeiro verso:
"Estou odiando menos meus desafetos,
e sofrendo mais por meus amores"

(foram só duas linhas :D)

Unknown disse...

Uma vez li Clarice. Ah, a leveza de suas palavras que invadiram todo meu ser, tirando minha roupa e me deixando completamente nu. Nu de defeitos, adjetivos, sentimentos e um grande desejo da vida.
Eu nunca havia tocado em seus sonetos antes. Você escreveu aquilo.