Caminhando pela rua, desviando
das imperfeições da calçada
ela distraia-se...
Ouvia música
e divagava com seus
pensamentos...
Estava feliz...
Uma felicidade que a impulsionava
a gritar para o mundo, mas que
ao mesmo tempo a incitava
a guardar para si mesma...
Penso que talvez tivesse medo de perdê-la...
Sinto que era a felicidade clandestina
que Clarice Lispector descreve com
muita sensibilidade...
Sim! É essa felicidade!
E é tão grande que mal cabe
dentro dela, transborda e espalha-se
pelo seu corpo...
Observamos que tudo nela é
felicidade, é nítido ver e sentir
o seu andar, sua expressão facial,
como movimenta seus lábios ao cantar
a música que está ouvindo...
Seu corpo reflete o que sente numa belíssima
sincronia, despertando o interesse
de quem a observa...
A felicidade atrai a atenção de todos...
Essa felicidade a transporta para um
mundo distante,mas ao mesmo tempo a faz
viver neste com leveza e certeza de que
está viva e inteira.
De bem consigo mesma e buscando respostas
para suas inquietações, sensações
que a vida provoca...
Sendo amante da própria felicidade,
um presente que recebeu num momento
muito especial e que a torna eterna
e pronta para amar...
Mas um "amar"com a maturidade de uma
balzaquiana e com a essência de uma
criança que está atenta às coisas mais
simples da vida.
3 comentários:
Lindo demais!!
De fato, ficou muito bom! =]
Primeiro verso:
"Estou odiando menos meus desafetos,
e sofrendo mais por meus amores"
(foram só duas linhas :D)
Uma vez li Clarice. Ah, a leveza de suas palavras que invadiram todo meu ser, tirando minha roupa e me deixando completamente nu. Nu de defeitos, adjetivos, sentimentos e um grande desejo da vida.
Eu nunca havia tocado em seus sonetos antes. Você escreveu aquilo.
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