26 de jul. de 2007
Carta de Seth
Sou feito de sentimentos, emoções, de luz, de amor.
Sou a voz que você ouve quando pede um conselho,
sou quem te toma nos braços quando necessita, talvez, agora, enquanto lê essas palavras, eu esteja aí, ao seu lado, olhando dentro dos seus olhos como quem quisesse enxergar o que teu coração demonstra,
mais tarde... à noite, quando você se deita... sou quem nina seus sonhos sentado ao seu lado esperando você dormir... dizendo que tudo vai ficar bem.
Se ao menos você pudesse me perceber, se notasse o que sinto ao seu lado... basta você querer, basta por alguns instantes esquecer seus problemas, fechar os olhos, como se nada mais existisse, me deixe chegar perto de ti... te abraçando... sinta meu coração batendo ao compasso do teu... sinta que não está sozinha, nunca esteve! Apenas esqueceste de olhar mais com os olhos do teu coração... então abra os olhos... veja os meus... me conheça.
Quem sou eu pra pedir para que me note? Apenas um anjo que se deixa levar por suas emoções, que desconhece o que é errado... se entrega, se rende... vagando por estrelas, nuvens, pelo céu escuro da noite... olhando pelos outros, despertando amores, anseios, paz nas almas que fraquejam, sentado ali de cima olhando você... te observando... deixando, às vezes, uma lágrima cair e se fazer uma gota de sereno que te toca os lábios... lágrima essa por não poder nada mais que apenas te ver... sentir sem poder tocar.
Manifestando através de pequenas coisas, como um sorriso sincero nos lábios de alguém que você não conhece, o toque de uma criança a te fazer carinho, palavras escritas nas páginas de um livro que te chamam atenção, palavras que mexem e emocionam o coração ditas do nada, como um sussurro em seu ouvido... e se um dia uma brisa leve e suave tocar seu rosto, não tenha medo, é apenas minha saudade que te beija em silêncio.
Continuarei aqui... meio que escondido, ao teu lado, te olhando, te sentindo... esperando para que um dia você deixe seu coração "olhar" e me ver... daí, enfim, poderia eu mostrar o quanto você é especial pra mim. Um poema deixado no ar, palavras implorando para viver como uma estrela que o dia não vê e que espera a noite chegar para poder mostrar-se, a canção de amor que sai da sua boca... são as coisas que sempre sussurro ao seu coração.
25 de jul. de 2007
Combinação deliciosa
Tive acesso à esta novidade na Revista BRAVO, li a resenha e fui à Livraria Cultura para comprá-lo.
A sensação de estar com um livro novo nas mãos é deliciosa, abrir o livro e sentir o cheiro "de novo" é muito gostosa.
Envolvente, somos convidados a participar desse testamento como espectadores, é como se estivéssemos numa bela caminhada com o autor, ouvindo seus relatos.
Uma leitura prazerosa, você não sente a hora passar!
Vale a pena conferir.
23 de jul. de 2007
Segunda é dia de cinema! Clique na imagem para ler as palavras
Me dei de presente uma segunda feira diferente, fui ao cinema com minha amiga Lúcia e tivemos o prazer de assistir a esse filme fantástico, que nos rendeu inúmeras reflexões sobre nossas vidas. Ainda estou anestesiada.
» Direção: Isabel Coixet
» Roteiro: Isabel Coixet
» Gênero: Drama
» Origem: Espanha
» Duração: 115 minutos
» Tipo: Longa
» Trailer: clique aqui
» Site: clique aqui
» Sinopse:
Hannah tem 30 anos, é introvertida, solitária e misteriosa e trabalha numa indústria têxtil. Ela vai passar as férias num pequeno povoado costeiro em frente a uma plataforma petrolífera. Um incidente faz com que ela permaneça alguns dias na plataforma cuidando de Josef, que sofreu uma série de queimaduras que o deixaram cego temporariamente. Com ele, trabalham vários outros homens, cada um com um personalidade marcante. O filme aborda o passado, como sobreviver a ele e como superá-lo, sem deixar de lado o convívio com o presente.
21 de jul. de 2007
Dicas de leitura!
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Explicação é uma frase que se acha mais importante do que a palavra
Filósofo é quem, em vez de ver televisão, prefere ficar pensando pensamentos
Solidão é uma ilha com saudade de barco"
As ilustrações de Mariana Massarani são belíssimas e junto com o texto dão vida à menina e suas inquietações!
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Enredo de impressões
Em ''Eu Hei-de Amar uma Pedra'', o português António Lobo Antunes apresenta uma história de amor construída por meio de várias vozes, em tempos que se cruzam
* por José Luís Peixoto
Desde o seu primeiro romance, Memória de Elefante, publicado em 1979, António Lobo Antunes tem erguido uma obra ímpar. A crescente desconstrução narrativa é uma marca evidente desse percurso. No caso de Não Entres Tão Depressa Nessa Noite Escura (2000), por exemplo, o autor decidiu mesmo chamar-lhe "poema" e não "romance", como seria de esperar de um volume em prosa com cerca de 550 páginas.
O mesmo poderia ser dito de Eu Hei-de Amar uma Pedra, lançado agora no Brasil. Ambos utilizam uma linguagem torrencial, composta por um expressionismo espesso, feito de imagens sucessivas, tantas vezes brilhantes, característica desta escrita que, no panorama literário português, teve um enorme impacto e encontrou os mais diversos epígonos. Um outro elemento fundamental de Lobo Antunes tem sido Portugal, ou melhor, a idéia de Portugal. Nesse aspecto, a biografi a do escritor se sobrepõe à de alguns
personagens.
EXIGÊNCIA AO LEITOR
Em várias entrevistas, o autor refere-se aos seus livros como algo que, mais do que apenas lido, deve ser experimentado. Eu Hei-de Amar uma Pedra é um bom exemplo dessa exigência perante o leitor. Aquele que se proponha a lê-lo deve estar preparado para entrar num mundo em que vozes de diversos tempos se cruzam, em que as memórias interceptam o presente, em que o discurso direto irrompe intempestivo para lembrar, relembrar ou marcar um ritmo que pode ser mais ou menos obsessivo.
É dessa maneira que se avança por um enredo de impressões. Os espaços em branco na narrativa vão sendo pacientemente preenchidos ao longo das páginas, as personagens vão-se revelando de uma forma indelével e, a pouco e pouco, vamos sendo envolvidos nas relações que compõem este universo. Eu Hei-de Amar uma Pedra é um romance de amor. O amor de que se fala aqui é difícil, muito difícil, a tocar o impossível, porque é humano, feito de pequenas e grandes imperfeições. Às vezes contraditório, sempre verdadeiro.
Talvez "verdadeiro" ou "verdade" sejam palavras pouco aconselháveis para utilizar quando se escreve acerca de um romance. No entanto, são palavras absolutamente necessárias para falar deste romance. Não por causa dos pormenores autobiográficos que se podem intuir, mas porque esse sentimento de verdade é aquele que persiste quando se faz uma pausa nesta leitura ou, de uma forma inequívoca, quando se termina de lê-lo. Uma parte de todos nós, seres humanos, é refletida por este livro.
JOSÉ LUÍS PEIXOTO é poeta, dramaturgo e romancista português, autor de, entre outros, Nenhum Olhar, livro que ganhou o Prêmio José Saramago de 2001.
FONTE: Revista BRAVO - Julho 2007
Boa leitura para o final de semana!
Vou me deliciar com os meus queridos Nietzsche e Schopenhauer com uma boa música clássica de fundo e uma deliciosa xícara de chá preto!
17 de jul. de 2007
O TEMPO
Por muitas vezes quis voltar o tempo...Pra alcançar coisas que deixei inacabadas no caminho e até mesmo para fazer coisas que deveria ter feito e não fiz. Dedicar mais tempo à minha família;
Tomar café com minha mãe, almoçar com meus irmãos e jantar com minhas sobrinhas.
Sentar numa roda e contar aos meus amigos e amigas todas as experiências que a escola da vida me ensinou, para que eles não caiam nos mesmos buracos que eu caí. Tempo bastante pra rodar o mundo de ponta a ponta e conhecer um a um todos os lugares belos que ele pode me mostrar.
Rir, gargalhar, beber e cantar num bar ouvindo o som do violão cercado de gente querida; trocar idéias e comer tira gosto sem culpa, totalmente alheio ao colesterol.
Ver o sol nascer apreciando a relva verde, com meu amor no colo observá-la pelo dia afora até que se esconda em um fim de tarde romântico.
Ver o mundo em paz e em pé de igualdade, onde não haja overdose de fome e tanta violência cotidiana. Meu Brasil trocando a corrupção por trabalho, teoria por prática.
Ver minha geração acreditar mais no amor e menos nas baladas. Sentir a natureza diariamente - Sol, Terra, Mato, Mar e Lua - Sentir o sol e caminhar pela terra.
Navegar no mar por tempos e tempos guiado apenas pela luz da lua e sem data de voltar.
Me apaixonar diariamente pela mesma mulher e sentir com ela o sabor de cada prazer que o amor oferece.
Ouvir todas as músicas que gosto, do samba ao jazz, sem preocupar com as horas, com o celular tocando e com os compromissos.
Mas o tempo não permite, daí a importância de dar tempo ao tempo para que as coisas aconteçam na nossa vida.
Acho até que o tempo serve para juntar pensamentos avulsos no cérebro e nos livrar de impulsos, para amenizar ou intensificar o nosso sentir, para cuidar do coração, para aquecer, unir, trocar e separar as coisas, para fazer lembrar ou esquecer.
É o tempo... Que nunca pára, que faz o ócio e a produção com a mesma roupa e que é muito democrático, pois dá a todos nós o mesmo dia, o mesmo espaço e as mesmas horas sem distinção de raça, classe social, religião, sexo e opção sexual.
É curioso e interessante falar do tempo enquanto o próprio tempo passa. Tempo é sinônimo de equilíbrio, é planejar e seguir um caminho sem se tornar escravo do destino.
É dedicar a cada tanto da vida - Amor, Trabalho, Família, Lazer, etc. Principalmente para aquilo que é saudável e faz bem à mente, ao corpo e ao coração.
Estabelecer prioridades é fácil, difícil é seguir os horários e manter aceso na cabeça nossos verdadeiros objetivos de vida. Nos achamos donos do tempo, mas sabemos no fundo que o tempo é dono de si mesmo.
Jamais existirão minutos, horas, dias, meses e anos iguais.
"O TEMPO PERGUNTOU PARA O TEMPO QUANTO TEMPO O TEMPO TEM, O TEMPO RESPONDEU PARA O TEMPO QUE NEM O TEMPO PODERIA DIZER QUANTO TEMPO O TEMPO TEM."
15 de jul. de 2007
MUDE
Ser igual cansa. Ser diferente incomoda (os outros). Pois então: mude! Tente fazer as coisas que você quer, mas não faz por puro medo de não conseguir. Experimente. Um novo amor, uma nova comida, uma música nova. Julgue menos as pessoas e suas atitudes. Antes de chamar de brega ou de estranha, pense nas sensações que uma roupa diferente possa te proporcionar.
Abandone do seu vocabulário a palavra rotina. Se permita ser feliz com pequenas coisas. Dê gargalhada no trânsito, faça novos caminhos para velhos destinos, mude a trilha sonora. Ande na pista do meio, dirija sem óculos escuros, sorria cordialmente pro menino no carro da auto-escola.
Vá sozinho ao cinema. Tome um refrigerante diferente. Se gosta de gelo, peça sem. Freqüente outros shoppings. Use um xampu pra cabelos loiros se você for moreno. Escove os dentes com a mão esquerda se costuma usar a direita. Olhe mais para o céu. Feche mais os olhos. Mude. De opinião, de partido político, de emprego, de sapato, de penteado, de namorado, de bairro, de perfume.
Crie objetivos diários, como dar mais sorrisos verdadeiros hoje do que ontem, ligar pra dois amigos sumidos amanhã, acordar quatro minutos mais cedo na segunda feira. Tire fotos loucas de você, dê presentes que você mesmo fez. Compre uma revista que você nunca pensou em ler. Ande descalço na grama, assista um pôr do sol em sua própria companhia.
Use maquiagem se der vontade ou saia de cara lavada se assim preferir. Aprenda a falar mais verdades. Diga não quando não quiser ir. Fique em casa sexta feira à noite vendo filme antigo e comendo pipoca de panela. Faça almoços pros amigos, teste suas invenções. Leia mais. Estude o que você gosta. Mude de interesses.
Quebre suas próprias regras.
Aproveite o que as pessoas têm para te oferecer. Faça amigos. Mantenha vivas as amizades antigas. Abrace muito (apertado, de preferência). Cumprimente todas as pessoas que você acha que já viu um dia na vida. Seja educado, seja simpático. Nada se perde com isso. Respeite os limites alheios. Converse com a faxineira do prédio, distribua bom dias calorosos.
Ame. Ame muito, com todo seu coração. Aprenda a falar eu te amo. Pros pais, pros amigos, namorado(a), pro cachorro, pra Deus. Deixe ser amado. Deixe ser abraçado. Deixe ser beijado. Permita-se sentir feliz. Faça corações de papel e dê pra quem você gosta. Dê seu coração. Se permita gostar das coisas simples.
Durma do outro lado da cama, mude o corte de cabelo. Não comece frases com “eu tenho o hábito de...”. Não tenha medo de ser quem você é. E seja quem você gostaria de ser. Não se intimide com a reação do outro às suas mudanças.
Grave um cd com suas músicas preferidas e dê para seus amigos. Ou para desconhecidos. Ouse ser feliz. Mude o corte de cabelo. Seja livre de preconceitos.
Recicle: manias, desejos e conceitos.
A vida é uma só. E ela passa rápido, enquanto pensamos o que devemos fazer e poderíamos fazer o que queremos. Quebre a cara, mas nunca desista de tentar, porque a felicidade vale a pena...
Janela da Alma O que Hermeto Pascoal, Wim Wenders e José Saramago têm em comum? A genialidade, sem dúvida. Além disso, têm baixa visão. O músico, o cineasta, o romancista e outras pessoas com diferentes graus de deficiência visual (da miopia discreta à cegueira) dão impactantes depoimentos sobre como se vêem, como vêem os outros e como percebem o mundo. Se a imagem possibilita uma incursão sobre a realidade, como ajustar essas possibilidades aos que não vêem, ou, ainda, aos que vêem um mundo desfocado? Se o olho abarca a beleza (e as tristezas) do mundo, o que é traduzido pela alma que não tem “a janela” aberta? Essas e outras respostas estão no premiado documentário Janela da Alma, de Walter Carvalho e João Jardim. |
14 de jul. de 2007
Na Madrugada...
Acordo suada, com o coração
querendo sair pela boca
Não consigo ver, está escuro,
apenas sinto.
Sinto medo
O amor é mutante, a cada aparição
Mostra-se de um jeito
Sinto vontade
Vontade de te ver
De investir, de ser feliz
Mas, tem uma coisa aqui dentro
do meu peito...
Esse medo....
O que faço com ele? Está bem, vou guardá-lo
numa gaveta, não... no bolso da calça jeans é melhor
vai ficar bem apertadinho... não vai dar certo, pois
eu sei que ele vai sair, ele é danado
e virá atrás de mim...
Por que queremos, buscamos e lutamos pela felicidade
de construir uma vida com alguém
se temos medo, se deixamos em muitos momentos
esse medo nos aprisionar, nos amputar?
Não...isso não pode acontecer! mas é
fácil falar, escrever... Difícil é colocar
em ação tudo isso.
Muito bem! Agora chega!
Vou dar um basta nesse medo
e permitir que você tome conta de vez
deste espaço que estava à sua espera
à muito tempo.
Karina Moura8 de jul. de 2007
Mário Quintana
Existe somente uma idade para a gente ser feliz, somente uma época na vida de cada pessoa em que é possível sonhar e fazer planos e ter energia bastante para realizá-los a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.
Uma só idade para a gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente e desfrutar tudo com toda intensidade sem medo nem culpa de sentir prazer. Fase dourada em que a gente pode criar e recriar a vida à nossa própria imagem e semelhança e vestir-se com todas as cores e experimentar todos os sabores e entregar-se a todos os amores sem preconceito nem pudor.
Tempo de entusiasmo e coragem em que todo desafio é mais um convite à luta que a gente enfrenta com toda disposição de tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO, e quantas vezes for preciso. Essa idade tão fugaz na vida da gente chama-se PRESENTE e tem a duração do instante que passa.
5 de jul. de 2007
Um pouco de Neruda....
Nua
"Nua és tão simples como uma de tuas mãos,
lisa, terrestre, mínima, redonda, transparente,
tens linhas de lua, caminhos de maçã,
nua és magra como o trigo nu.
Nua és azul como a noite em Cuba,
tens trepadeiras e estrelas no pêlo,
nua és enorme e amarela
como o verão numa igreja de ouro.
Nua és pequena como uma de tuas unhas,
curva, sutil, rosada até que nasça o dia
e te metes no subterrâneo do mundo
como num longo túnel de trajes e trabalhos:
tua claridade se apaga, se veste, se desfolha
e outra vez volta a ser uma mão nua."
Pablo Neruda
“Quero apenas cinco coisas….
Primeiro o amor sem fim….
A segunda ver o outono….
A terceira o grave inverno….
Em quarto lugar o verão…..
A quinta coisa são teus olhos….
No quero dormir sem teus olhos.
No quero ser… sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que
continues me olhando.”
Pablo Neruda
De 4 a 8 de julho
O que é a FLIP
Parati é uma cidade litorânea contornada pelo mar azul-turquesa da baía da Ilha Grande e por grandes faixas intactas de Mata Atlântica. Localizada a aproximadamente quatro horas de carro do Rio de Janeiro e São Paulo, esse antigo porto, de onde se enviava a maior parte do ouro do Brasil ao Velho Mundo, é uma cidade histórica que atrai muitos eventos culturais.
Em agosto de 2003, a Festa Literária Internacional de Parati (FLIP) tornou-se a caçula da família de importantes festivais literários como Hay-on-Wye, Adelaide, Harbourfront de Toronto, Festival de Berlim, Edimburgo e Mantua. Com a presença de autores mundialmente respeitados como Julian Barnes, Don DeLillo, Eric Hobsbawm e Hanif Kureishi, a primeira FLIP estabeleceu um padrão de excelência às edições seguintes. Em um curto período, ficou conhecida como uma das principais festas literárias internacionais, reconhecida pela qualidade dos autores convidados, pelo irresistível entusiasmo de seu público e pela descontraída hospitalidade da cidade.
A FLIP já recebeu alguns dos grandes nomes da literatura mundial como Salman Rushdie, Ian McEwan, Martin Amis, Margaret Atwood, Paul Auster, Anthony Bourdain, Jonathan Coe, Jeffrey Eugenides, David Grossman, Lidia Jorge, Pierre Michon, Rosa Montero, Michael Ondaatje, Orhan Pamuk, Colm Toíbín, Enrique Vila-Matas, Jeanette Winterson e Marcello Fois.
Dos brasileiros, alguns dos autores mais talentosos já estiveram na FLIP, como Ariano Suassuna, Ana Maria Machado, Milton Hatoum, Millôr Fernandes, Ruy Castro, Ferreira Gullar, Luis Fernando Verissimo, Zuenir Ventura e Lygia Fagundes Telles, além de lendas vivas como Chico Buarque e Caetano Veloso.
A cada ano a FLIP homenageia um expoente das letras brasileiras. O poeta e compositor Vinicius de Moraes (1917-1980) em 2003. O escritor João Guimarães Rosa (1908-1967) foi o homenageado no ano seguinte. Em 2005, foi a vez da romancista Clarice Lispector (1920-1977). Em 2006, a FLIP presta homenagem ao escritor baiano Jorge Amado (1912-2001).
A música brasileira, uma das maiores riquezas da nossa vida cultural, não poderia deixar de estar presente na FLIP. Os shows de abertura, que já valeriam a ida à Parati, ofereceram aos convidados a chance de assistir Chico Buarque, Paulinho da Viola, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mônica Salmaso, Adriana Calcanhoto e José Miguel Wisnik, darem as boas-vindas aos visitantes da FLIP.
Enquanto a programação principal acontece na Tenda dos Autores, vários outros eventos ocorrem simultaneamente em outros locais. A oficina literária, destinada a jovens aspirantes a escritor, é realizada por grandes autores brasileiros. Há também uma programação exclusiva para as crianças – a Flipinha, em que jovens estudantes de Parati apresentam o resultado de seus trabalhos inspirados no universo literário e participam de palestras com autores convidados. O sucesso da Festa também estimulou o desenvolvimento de uma programação de leituras, shows e lançamentos de livros, batizada de OFF-FLIP.
Poucos locais poderiam ser mais agradáveis para sediar a FLIP do que Parati. Suas ruas de pedras propiciam encontros casuais proveitosos, enquanto restaurantes e bares sugerem um bate-papo descontraído. As pousadas e os serviços oferecem um excelente padrão de qualidade.
Desde a primeira edição, o crescimento da Festa Literária está intimamente ligado à vida e às necessidades de Parati. Artistas locais, comerciantes, hoteleiros e donos de restaurantes acolhem a FLIP, que por sua vez, mantém os habitantes locais ativamente envolvidos. Por tudo isso, a FLIP se destaca de outros encontros literários contribuindo para essa atmosfera alegre e calorosa que tem caracterizado esse grande evento.
Visite o site: www.flip.org.br e confira a programação e os demais atrativos que este evento oferece!
Livros...
Gabinete de Leitura
Uma tarde no Real Gabinete Português de Leitura: a imponente biblioteca, maior acervo de obras lusas fora de Portugal, ajuda a pensar sobre os valores que cada civilização estabelece para si mesma
Logo na fachada do edifício vêem-se as estátuas do infante dom Henrique, de Pedro Álvares Cabral, de Vasco da Gama e de Camões. No interior, no lado oposto à porta de entrada, portanto de frente para os olhos dos que ingressam, encontra-se, atrás de um púlpito de madeira nobre, um busto em bronze do criador de Os Lusíadas. O estilo arquitetônico, como já se disse, remonta ao período da regência de dom Manuel, o Venturoso, sob cujo governo (1495-1521) Portugal lançou-se à aventura expansionista. Os livros, por sua vez, são quase que em sua totalidade de capas duras e escuras, tendo na lombada o título e o autor inscritos em dourado. O ambiente é profundamente silencioso. O dourado encontra-se também em ornamentos no interior, de cujo centro pende um belíssimo lustre, que revela ainda melhor os elaborados motivos em pedra e madeira das paredes e prateleiras.
É assim que se afirma e ostenta um vínculo entre civilização e conhecimento, riqueza material e riqueza espiritual. O infante d. Henrique, patrono da Escola de Sagres, ao lado de Camões: as duas pontas do arco, a tecnologia que propicia os grandes feitos e a língua que os celebra e eterniza. A imagem do conhecimento como solidez e elevação: os livros têm lombadas largas, capas duras, inscrições em dourado e ao mesmo tempo parecem ascender ao céu. (É completamente outra, note-se, a imagem contemporânea do conhecimento. Basta ver uma biblioteca atual: as lombadas são mais estreitas e coloridas, a capa raramente é dura, tudo apresenta um aspecto mais dinâmico, alegre e efêmero.) Os materiais nobres, duradouros, atestam o valor material do saber. Os ornamentos, pacientemente elaborados, celebram uma lógica irredutível ao meramente pragmático. Daí o sentido profundo da coleção de moedas que abriga ainda o Real Gabinete: elas não contrastam, "comércio e usura", com o conhecimento desinteressado dos livros, mas antes reiteram o vínculo material-espiritual que todo o conjunto proclama.
Fundado em 1837, para aprimorar a cultura dos portugueses que se achavam em solo brasileiro, o Real Gabinete tornou-se, 170 anos depois, uma biblioteca pública das mais importantes do Brasil, contendo obras raras, manuscritos, documentos e virtualmente toda a produção intelectual de Portugal desde 1935, quando o governo luso determinou que a Biblioteca Nacional de Lisboa recebesse de todos os editores daquele país um exemplar das obras por eles impressas e os destinasse ao Real Gabinete. Mas, além do conhecimento ofertado por suas centenas de milhares de livros, o esplêndido edifício convida a uma refl exão sobre as civilizações e seus valores, sobre a grandeza e aquilo de que ela é feita, firmando-se, assim, em pleno centro de um Rio de Janeiro assediado pela pobreza, como o testemunho vivo do que se pode chamar de uma cultura humanista.
2
e. e. cummings
Eu levo o seu coração comigo (eu o levo no meu coração) eu nunca estou sem ele (a qualquer lugar que eu vá, meu bem, e o que que quer que seja feito por mim somente é o que você faria, minha querida)
tenho medo
que a minha sina (pois você é a minha sina, minha doçura) eu não quero nenhum mundo (pois bonita você é meu mundo, minha verdade)e é você que é o que quer que seja o que a lua signifique e você é qualquer coisa que um sol vai sempre cantar
aqui está o mais profundo segredo que ninguém sabe (aqui é a raiz da raiz e o botão do botão e o céu do céu de uma árvore chamada vida, que cresce mais alto do que a alma possa esperar ou a mente possa esconder)e isso é a maravilha que está mantendo as estrelas distantes
eu levo o seu coração ( eu o levo no meu coração)
(Tradução: Regina Werneck)
e. e. cummings, poeta norte-americano, nasceu em 1894 e morreu em 1962. Conquistou, ainda em vida, um lugar permanente entre os maiores poetas de nosso tempo. Ainda se comenta muito das suas inovações em tipografia e pontuação, que foram, por alguns, mal entendidas como meros “efeitos”, mas o leitor cuidadoso verá que elas são um aspecto de sua busca pela expressão mais pura e clara de seus pensamentos e sentimentos. Uma maneira de renovação da linguagem que só os grandes poetas conseguem. cummings era único dentre os poetas de seu tempo, pois era igualmente extraordinário na sátira e no sentimento e lutava vigorosamente contra a pomposidade e a pretensão. É considerado um dos poetas que escreveu os mais emotivos poemas de amor de todos os tempos. O poema acima foi lido numa das cenas finais do filme “In her shoes”, de Tony Scott, pela personagem interpretada por Cameron Diaz. Esse filme passou no Brasil com o nome de "Em seu lugar".Outros livros do autor: “The enormous room (1922), “Him” (1927), “Eimi” (1933), “Santa Claus” (1946), “I:six nonlectures” (1953), “Poems 1923-1954” (1954), “A miscellany (1958), "73 poems" (1963) e "e. e. cummings: A selection of poems" (1965).
Extraído do livro “95 poems”, Hartcourt, Brace & World, Inc. – New York, 1958, pág. 95.
4 de jul. de 2007
Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração para de funcionar por alguns segundos, preste atenção. Pode ser a pessoa mais importante da sua vida.
Se os olhares se cruzarem e neste momento houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante e os olhos encherem d'água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.
Se o primeiro e o último pensamento do dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente divino: o amor.
Se um dia tiver que pedir perdão um ao outro por algum motivo e em troca receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais que mil palavras, entregue-se: vocês foram feitos um pro outro.
Se por algum motivo você estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lágrimas e enxugá-las com ternura, que coisa maravilhosa: você poderá contar com ela em qualquer momento de sua vida.
Se você conseguir em pensamento sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do seu lado... se você achar a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando de pijamas velhos, chinelos de dedo e cabelos emaranhados...
Se você não consegue trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que está marcado para a noite... se você não consegue imaginar, de maneira nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado...
Se você tiver a certeza que vai ver a pessoa envelhecendo e, mesmo assim, tiver a convicção que vai continuar sendo louco por ela... se você preferir morrer antes de ver a outra partindo: é o amor que chegou na sua vida. É uma dádiva.
Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida, mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro. Ou às vezes encontram e por não prestarem atenção nesses sinais, deixam o amor passar, sem deixá-lo acontecer verdadeiramente.
É o livre-arbítrio. Por isso preste atenção nos sinais, não deixe que as loucuras do dia a dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: o amor.
Carlos Drummond de Andrade
Um achado precioso.
Subi montanhas,
Saltei de pára-quedas,
Atravesse rios a nado,
Domei leões:
Pra te impressionar.
Fiz discursos em que choraram as velhinhas,
Escrevi textos que irritaram o bispo,
Gritei palavras de ordem nas passeatas,
Bati o pé, esperneei:
Pra te impressionar.
Pintei praias solitárias em aquarelas,
Esculpi madonas em cedro,
Cantei cantigas antigas,
Projetei catedrais:
Pra te impressionar.
Fiz tutu com torresmo,
Fiz filé com fritas,
Fiz iguarias com todas as ervas finas,
Fiz romeu-e-julieta, fiz café:
Pra te impressionar.
Nomeei árvores,
Descrevi pássaros,
Aprendi os hábitos das borboletas,
Desvendei os mistérios nucleares:
Pra te impressionar.
Beijei tua nuca e tuas orelhas,
Acariciei tuas coxas e teus seios,
Fui garoto de 18 – 50 anos,
Te amei duro e macio:
Pra te impressionar
Bebi baldes de chope,
Comi jiló com pimenta,
Fumei charutos cubanos,
Três semanas sem dormir:
Pra te impressionar.
Pus camisa de linho,
Calças realçando minhas coxas,
Fiz barba com denodo,
Passei loção no peito sem pêlos:
Pra te impressionar.
Pra te impressionar nasci,
Cresci até ter dois metros,
Meu Q.I. chegou a 2000,
Minhas mãos tudo podem,
Meu coração pulsa em todos os poros.
E, depois de tão hércula tarefa,
Tu me chegas nua,
Vestida apenas desse sorriso nu,
E me rouba de vez a alma que ao nascer já era tua.
Chico Ceola, poeta, é o pseudônimo de Maurício Ceolim, professor de Física da PUC-Campinas.